O Ministério da Cultura (MinC) foi procurado pela imprensa, desde que viralizou na Internet post da extrema direita insinuando o incentivo fiscal pelo governo, e negou que o longa-metragem, Ainda Estou Aqui, ganhador do Oscar de melhor filme internacional, tenha sido beneficiado com recursos da lei Rouanet, e sim, foi financiado por produtores nacionais e internacionais.
A realidade é que o longa foi produzido apenas com recursos da produtora VideoFilmes, do próprio diretor e o seu irmão João Moreira Salles, e também, pelas produtoras RT Features (brasileira) e a MACT Productions (francesa).
Uma condição também que proibe a utilização da Lei Rouanet proíbe financiamento de longa-metragem de ficção desde 2007. Na época, houve uma alteração no termo genérico “filmes” para “obras cinematográficas de curto e média metragem e filmes documentais”. E, finalmente, o filme “Ainda Estou Aqui” possui uma duração com 2 horas e 19 minutos.
A assessoria de imprensa do filme também confirmou que não há financiamento público na produção; o filme de Salles também recebeu apoio das coprodutoras Globoplay e Conspiração, com distribuição da Sony Pictures.
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Aclamação mundial
Desde o lançamento em novembro do ano passado, ‘Ainda Estou Aqui’ já atraiu mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas do país. Para a secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Joelma Gonzaga, o sucesso do longa-metragem estimulou o público a ver outras produções nacionais. A secretária também destacou a premiação do Oscar.
‘Ainda Estou Aqui’ conquistar o Oscar é um marco histórico para o cinema brasileiro. Esse reconhecimento mundial evidencia a potência das nossas narrativas, a qualidade da nossa produção audiovisual e a capacidade do Brasil de emocionar e impactar plateias ao redor do mundo. O sucesso do filme não é apenas uma vitória para seus realizadores, mas para todo o setor audiovisual, que se fortalece a cada novo reconhecimento. Que essa conquista inspire ainda mais o público e que continuem prestigiando e se reconhecendo nas histórias que contamos”, afirmou.
Recorde
De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), entidade vinculada MinC, o Brasil chegou a 3.517 salas de cinema, recorde da série histórica 2014/2024.
O ano de 2024 fechou com a marca de 10,1% na participação dos filmes brasileiros no total de público nas salas de cinema. Em fevereiro de 2025, o market share do cinema brasileiro atingiu a marca de 32,7%, de acordo com dados da Secretária de Regulação da ANCINE (30,5 % até o dia 19 de fevereiro).
Investimentos
O MinC e ANCINE investiram, em 2024, o total de R$ 2,6 bilhões em fomento destinado a mais de 600 produtoras que devem lançar, nos próximos anos, 1.100 filmes e séries, tudo feito no Brasil. “A produção audiovisual brasileira está vivíssima, pulsante e em alta no país e no exterior. O MinC seguirá trabalhando intensamente para abrir mais e mais possibilidades para o audiovisual brasileiro, que sempre foi, mesmo nos piores momentos, totalmente comprometido com o Brasil”, destaca a ministra da Cultura.
Público
Nas cinco primeiras semanas cinematográficas de 2025, os filmes brasileiros tiveram, em média, aproximadamente 31 espectadores por sessão, sendo o total de público igual a aproximadamente 4,43 milhões em um total de cerca de 143 mil sessões.
O cinema nacional alcançou público de 16 milhões de pessoas e contabilizou renda de R$ 308 milhões. “Esse reconhecimento do brasileiro ao cinema nacional contribui para que o público estrangeiro também valorize nossas produções e consuma cada vez mais a cinematografia e tudo relacionado a promoção da cultura brasileira”, ressalta a secretária da SAV.
Confira as premiações de ‘Ainda estou aqui’
Oscar 2025: Melhor Filme Internacional
Associação de Jornalistas Latinos de Entretenimento (LEJA): Fernanda Torres – Melhor Atriz
Cinema for Peace (Berlim): Filme Mais Valioso do Ano
Prêmios Goya (Espanha): Melhor Filme Ibero-Americano
Festival Internacional de Roterdã (Holanda): Prêmio do Público
Festival de Veneza (Itália): Melhor Roteiro
Vancouver International Film Festival (Canadá): Prêmio do Público
Mill Valley Film Festival (EUA): Filme Favorito do Público
Miami Film Festival GEMS (EUA): Filme Favorito do Público
Festival de Pessac (França): Prêmio do Público e Prêmio Danielle Le Roy
Astra Film Awards: Melhor Filme Internacional
Globo de Ouro: Fernanda Torres – Melhor Atriz de Drama
Satellite Awards: Melhor Atriz em Filme de Drama
Foto: Reuters/Daniel Cole
Texto: Cristóvão Nonato com informações do MinC.
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