Evento antecede a Cúpula dos Povos e reúne delegações de diversos continentes para debater modelos energéticos e justiça ambiental.

De 7 a 12 de novembro, Belém sedia o IV Encontro Internacional de Atingidos por Barragens e Crise Climática, evento que reúne representantes de comunidades, movimentos sociais e organizações de diferentes países. A iniciativa é organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Brasil, e pelo Movimiento de Afectados por Represas (MAR), da América Latina.
Realizado no Colégio CESEP, o encontro tem como objetivo promover o intercâmbio entre delegações internacionais e discutir alternativas ao atual modelo energético, com foco em justiça climática, direitos humanos e soberania dos povos sobre seus territórios. O evento integra a programação preparatória da Cúpula dos Povos, que começa no dia 12 de novembro, também em Belém, paralelamente à COP30.

Debates globais sobre energia e desigualdade
Durante seis dias, o encontro abordará temas como a crise energética mundial, o impacto ambiental de grandes empreendimentos e os desafios enfrentados por comunidades ribeirinhas, indígenas e tradicionais. As discussões buscam consolidar uma rede internacional de cooperação entre movimentos que atuam na defesa dos direitos das populações atingidas por barragens.
De acordo com Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB e do MAR, o evento deve resultar em uma agenda comum entre os países participantes. “Temos expectativa de sairmos desse Quarto Encontro Internacional com a convicção na construção de um movimento internacional de atingidos por barragens e crise climática. Depois, um processo de reposicionamento, de nacionalização de todas as organizações, de todos os países com uma estratégia comum em nível internacional”, afirma.
Para Juan Pablo, membro do Movimento Colombiano Rios Vivos, o debate também aponta para a necessidade de repensar as soluções apresentadas no contexto da transição energética. “É inegável que a crise climática hoje é mais sentida por comunidades em todos os territórios. Os governos já não a podem negar. As soluções que vêm sendo plantadas ao redor da COP 30 são falsas soluções ou soluções que não estão à altura das crises ou das afetações que se tem nos territórios. O discurso da transição energética que se promove como uma solução estrutural, na realidade, somente advoga por mudar a maneira de gerar a energia, mas não transformar de fundo o modelo energético, o sistema energético e a sociedade”, completa.
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Programação
A programação inclui mesas de debate, plenárias temáticas, atividades culturais e visitas a comunidades amazônicas.
7/11/25 – SEXTA-FEIRA
15h – História dos Encontros Internacionais e a construção do MAR Mesa oficial de Abertura com pronunciamentos e saudações
20h- Atividade de solidariedade internacionalista
8/11/25 – SÁBADO
9h – Análise da Conjuntura Internacional
14h30 – Análise de Conjuntura dos Continentes (América, África, Ásia e Europa)
20h – Plenária: A importância da participação das mulheres na luta popular
09/11/25 – DOMINGO
9h – Vivências Amazônicas / Recorrido histórico e cultural
10/11/25 – SEGUNDA-FEIRA
9h – Trabalho em grupos sobre as lutas de resistência e conquistas dos atingidos
15h – Exposição e debate sobre experiências de Políticas de proteção e direitos das populações atingidas
20h – Apresentações culturais
11/11/25 – TERÇA-FEIRA
9h – Relato dos trabalhos em grupos sobre as lutas e resistência dos atingidos
15h – Apresentação da construção do Movimento Internacional
20h – Confraternização e noite de fortalecimento da luta transformadora
12/11/25 – QUARTA-FEIRA
9h às 14h – Barqueata
14h às 16h30 – Seminário Internacional sobre as realidades das populações atingidas – Ato político de encerramento do encontro
Local: Centro de eventos Benedito Nunes (CEBN) – UFPA
17h às 19h – Plenária de Abertura da Cúpula dos Povos
Local: UFPA
SERVIÇO
IV Encontro Internacional de Atingidos por Barragens e Crise Climática
Local: Colégio CESEP – Av. Pedro Miranda, 100, Pedreira, Belém (PA)
Data: 7 a 12 de novembro de 2025




