O casal de artistas plásticos Helen Rossy e Buy Chaves, inauguram no dia 11/10, a Galeria Yubá (cor amarela em tupi-guarani) ou casa ateliê como é conhecida hoje, no município turístico Novo Airão (180 km de Manaus), a porta de entrada para os parques de Anavilhanas e Jaú a mecânica do turismo ecológico no Amazonas onde turistas de todo o Brasil e do mundo aportam quase todos os dias do ano.

O casal resolveu mudar para a cidade em 2011, e conseguiram neste período ajustar a vida profissional com a privada, no interior do estado, em grande parte o sucesso se deu pelo fluxo turístico do município e a parceria com as pousadas que expõem suas obras e as vendem aos turistas.

A galeria Yubá, é uma homenagem a todas as cores, e já é um movimento desde sua construção, pois recebe amigos e clientes que vêm de Manaus para conhecer e comprar obras de arte, conta Helen. “A abertura da galeria atende ao crescente turismo em Novo Irão e à demanda para incluir a Casa Ateliê no circuito turístico”, explica.

O espaço da galeria, inserido na Casa Ateliê, visa atender tanto visitantes quanto a comunidade em geral, com planos futuros de agregar outros artistas e realizar oficinas. A galeria Iubá abre com obras dos artistas Buchave, Ellen Rossy e Z L Rossi, produzidas na oficina dentro da Casa Ateliê. A rotina de produção de arte é constante na Casa Ateliê, impulsionada tanto por encomendas comerciais quanto pela busca interior do artista. A vivência no epicentro do turismo ecológico do Amazonas, diz a artista: “A vida do artista e a arte são inseparáveis, alimentando-o comercial, espiritual e pessoalmente”.
O artista Buy Chaves, sócio e marido de Helen, conta que eles queriam ter um espaço onde as pessoas pudessem visitar sem agendamento, e estará aberto ao público de terça a domingo. “Novo Airão precisa de mais atividades culturais voltadas para a arte plástica”, justifica Buy. Ele diz que pinta diariamente e se inspira na paisagem do Rio Negro, a vista do ateliê.
“Convido a visitar Novo Airão, uma cidade lúdica com pousadas e estrada quase toda asfaltada”, finaliza o artista.
Mostra de abertura
A mostra de abertura reúne obras de Buy Chaves e Helen Rossy, artistas que transformam a floresta, o rio e a vida amazônica em poesia visual.
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Casal criativo
Buy Chaves, artista plástico, colorista impulsivo que respira Amazônia,
nascido em Blumenau (1958) e radicado em Novo Airão desde 2011, ele se destaca como um colorista compulsivo, que extrai da floresta e do rio Negro o pulso e os tons que correm pelas suas telas. Não dá pra separar o artista do seu entorno amazônico: a exuberância da natureza local está na essência de cada pincelada.
Arte que distrai, educa e faz pensar;
Ele não pinta pra decorar parede de consultório. Buy quer que você pare diante da obra, se distraia e repense o mundo — ou a própria notícia ruim que recebeu no hospital, como num mural que produziu pra Fundação de Medicina Tropical.
Cidade imaginária e o cotidiano reinventado
Na exposição “Buy City”, sua pintura mergulha no urbano: ele recria a arquitetura e o cotidiano das cidades, mas sempre com o olhar da floresta, transformando o familiar em algo poético e crítico
Criatividade sem roteiro predefinido
Ele próprio admite que não sabe explicar o que pinta. Faz o traço por impulso. A criação vem do ato de produzir, sem esperar inspiração ou entender aonde quer chegar.
E só pra não parecer que falei demais e te enganei, sim, ele também se enveredou pela literatura — lançou um livro de contos (“Antologia da Insânia”) durante a pandemia, mas garante que a pintura continua firme todo santo dia.
Resumindo desse jeito, você pega o perfil dele bem direto: um artista Amazônico, movido pelo olhar colorido da floresta, que mistura pensamento urbano, figuração quase poética, e uma forma de trabalhar que é mais reflexo do impulso criativo do que projeto racional.
Helen Rossy nasceu em Parintins, no Amazonas. Em meados da década de 1990 ela se mudou para Novo Airão, onde vive atualmente. É casada com o artista Buy Chaves.
Helen Rossy trabalha com madeira natural: troncos, pedaços de árvores descartadas, resíduos de barcos ou construções, galhos, materiais da natureza ao redor, especialmente madeira nobre residual da Amazônia.
Ela chama parte de seu trabalho de “esculturas utilitárias”, ou móveis, objetos que têm uma função mas também são expressões estéticas.
Tem uma série chamada “Palafit’s” inspirada nas casas de caboclos, engenharia vernacular amazônica, que reflete a relação com a natureza, rios, ribeirinhos.
Outra mostra importante foi “Bisignólio”, em que reuniu uma coleção de esculturas com troncos, com forte presença da natureza, observação dos rios, do ciclo fluvial, etc.
Fotos: Helen Rossy.
Texto: Cristóvão Nonato com informações dos artistas.




