Relatório da WCS Brasil aponta aumento de tráfico animais silvestres e consumo de carne de caça no Amazonas

Os órgãos de fiscalização ambiental como IBAMA e ICMBio fizeram as apreensões de carnes e espécies de animais silvestres no primeiro quadrimestre de 2025, constatando a ameaça crescente do tráfico de animais na Amazônia.

Os dados foram divulgados pela WCS Brasil (Wildlife Conservation Society) Conservação da Vida Selvagem, que acaba de lançar a primeira edição de sua nova newsletter Wildlife Crimes, voltada ao monitoramento e à divulgação de informações sobre o tráfico de fauna silvestre. A publicação terá periodicidade quadrimestral e pretende ser uma referência para jornalistas, pesquisadores, autoridades ambientais e demais interessados no tema.

A edição inaugural é inteiramente dedicada à Amazônia, onde os casos de tráfico de fauna silvestre representam uma ameaça crescente à biodiversidade e à saúde dos ecossistemas.

Entre janeiro e abril de 2025, período coberto por esta edição inaugural, foram registradas pelo menos oito apreensões de animais silvestres no estado do Amazonas, totalizando 380 indivíduos vivos e 400 quilos de carne de caça interceptados por órgãos de fiscalização como IBAMA e ICMBio. Os dados foram compilados com base em reportagens da imprensa local e fontes verificadas.

Casos emblemáticos são detalhados na newsletter, como a apreensão de seis primatas mantidos ilegalmente em uma casa no município de Pauini, o uso indevido de uma arara-vermelha por um hotel de Manaus para fins turísticos e o resgate de um filhote de onça-pintada, batizado de Golias, que estava sendo criado como animal de estimação no interior do estado. Também chama atenção a tentativa de tráfico de três axolotes (espécie exótica de salamandra) via Correios.

Além de relatar os casos, a newsletter propõe uma análise crítica dos desafios enfrentados pelo poder público no enfrentamento ao tráfico, como a escassez de recursos, o isolamento geográfico da Amazônia e as conexões entre o comércio ilegal de fauna e o crime organizado. A publicação destaca ainda os riscos à biodiversidade, à saúde pública e ao bem-estar animal.

“A newsletter Wildlife Crimes nasce como uma resposta à urgência de informar melhor sobre os crimes que afetam a fauna silvestre. Queremos conectar diferentes públicos em torno de um problema que é global, mas que muitas vezes passa despercebido”, afirma Antônio Carvalho, autor da newsletter e especialista em Combate ao Tráfico da Vida Silvestre da WCS Brasil.

A newsletter Wildlife Crimes está disponível gratuitamente no site da WCS Brasil e novas edições serão lançadas a cada quatro meses.

Com informações da Assessoria de Comunicação da WCS Brasil

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