Evento é organizado pelo Inpa e pela Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (Abepets), em parceria com várias instituições de ensino e pesquisa da região.

Da união de esforços da ciência e dos saberes tradicionais, surgem soluções simples, sustentáveis e de baixo custo para atender necessidades sociais e transformar realidades na Amazônia. Para apresentar as tecnologias sociais, suas aplicações e conceitos, cerca de 200 cientistas, desenvolvedores e comunitários se reúnem no 2ª Encontro de Tecnologia Social da Amazônia (ETS-Amazônia), que acontece de terça a sexta-feira desta semana (24 a 27), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), localizado na rua Bem-te-vi, Aleixo, Manaus.
O evento conta com mesas temáticas sobre tecnologia social, com especialistas, representantes governamentais e sociedade civil, além de oficinas, lançamento de livros e apresentação de mais de 70 trabalhos. Os debates das mesas contemplam temas como mudança climática, saneamento, empreendimentos solidários, saberes tradicionais, políticas
públicas, práticas de comunicação e estratégias de desenvolvimento. As inscrições para o evento continuam abertas. Basta acessar o site (https://www.even3.com.br/2_etsa/) e conhecer a programação detalhada.
O ETS-Amazônia é organizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e pela Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (Abepets), em parceria com diversas instituições de pesquisa e de ensino da região, com o objetivo de se estabelecer como um fórum regional de discussões sobre o tecnologia social na região. No pré-evento, na terça (24), serão realizadas visitas técnicas pela manhã e à tarde será o 15º Workshop de Tecnologia Social do Inpa.
A cerimônia de abertura acontece na quarta-feira (25), às 8h, no Auditório da Ciência. Participam da mesa, Sônia Alfaia (diretora substituta do Inpa), Diana Rodrigues (Abepets), Sonia Costa (Diretora de Tecnologia Social, Economia Solidária e Tecnologia Assistida da Secretaria de Ciência, Tecnologia para o Desenvolvimento Social – Sedes/MCTI), Eliomar Mota (Subsecretaria de C&T para a Amazônia – SCTA/MCTI), Serafim Corrêa (Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas – Sedecti), Luciana Bagno (Diretoria Executiva de Desenvolvimento Social da Fundação
Banco do Brasil), Joaquim Belo (Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS e representante da Sociedade Civil da Amazônia junto à presidência da COP30) e o André Zogahib (Reitor da Universidade do Estado do Amazonas – UEA).

De acordo com a pesquisadora e uma das coordenadoras do evento, Regina Oliveira, a tecnologia social resulta na academia, mas uma academia que vê a participação da sociedade civil, dos povos originários, das comunidades tradicionais, idealizando juntos mudanças e transformação social. “A tecnologia social pode ser um método, um processo ou um produto que é desenvolvido na reunião, na congregação dos saberes tradicionais e científicos”, ressalta.
A coordenadora Norte da Abepets, Diana Rodrigues, complementa que a tecnologia social busca a democratização tecnológica, referindo-se aos processos de desenvolvimento tecnológico realizados para (em prol de) e com a participação de comunidades e grupos sociais vulnerabilizados. “A participação no processo de desenvolvimento tecnológico assegura que estes grupos possam participar da tomada de decisão e intervir na trajetória de desenvolvimento tecnológico”.
Uma tecnologia social que tem transformado realidades no Brasil e na Amazônia é o programa Cisternas do governo federal, um exemplo de política pública baseada em tecnologia social para melhoria da saúde e saneamento públicos, que são os sistemas de acesso à água, desenvolvimento e sua gestão.
Além de cientistas, o 2º ETS-Amazônia contará com a presença de comunitários, autoridades e políticos, que de alguma forma contribuem para o debate acadêmico e para o desenvolvimento de tecnologia social na Amazônia. Destaque para o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Renato Dagnino, que é o autor mais citado sobre tecnologia social no Brasil, desenvolvendo agora novas proposições conceituais de agregação à tecnologia social como a tecnociência solidária. Também estarão no evento o vice-coordenador da Abepets, o professor Felipe Addor, e lideranças comunitárias como Bitaté Uru Eu Wau Wau (Coordenador Indígena na Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé).
De acordo com a Abepets, 72 trabalhos entre pesquisas e relatórios técnicos serão apresentados durante o evento. Um deles é o projeto Jardim Alimentício Comunitário Agroecológico (JACA), idealizado pela bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI), Jucimara Santos, em parceria com agricultores e profissionais da agroecologia.
O objetivo é produzir alimentos para consumo que sejam saudáveis e sustentáveis. A iniciativa nasceu da mobilização da comunidade local para discutir agricultura e desenvolvimento territorial, resultando na criação de um espaço agroecológico na região periurbana de Manaus que reúne produtores, feirantes, cooperativas, pesquisadores e estudantes.
“No evento, vamos compartilhar ciência e tecnologias desenvolvidas com a participação das comunidades. É a ciência e a tecnologia que chegam a quem demanda e precisa, e isto na Amazônia ganha um viés propulsor de desenvolvimento sustentável de fato”, destaca a coordenadora de Tecnologia Social, a tecnologista Marcela Amazonas, e uma das organizadoras do evento.
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Feira e Mostra
Paralelas à programação do 2º ETS-Amazônia, acontecem a Mostra de Tecnologia Social e Feira de Economia Popular e Solidária. De quarta a sexta-feira (25 a 27), é possível encontrar uma diversidade de projetos e iniciativas ligadas à alimentação, arte e cultura, no Centro de Convivência do Inpa, também no campus 1. A Mostra vai funcionar das 9h às 17h e a Feira das 10h às 16h.
Oficinas
Durante o 2º ETS-Amazônia, serão realizadas duas oficinas, ambas na quinta-feira (26). A Fundação Banco do Brasil, que realiza bienalmente o Prêmio de Tecnologia Social, vai desenvolver a oficina sobre “Como se inscrever para o Laboratório de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil”, das 11h às 12h30. A outra oficina será das 13h30 às 15h sobre Proteção Territorial e Sistemas de Monitoramento, ofertada pela Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Inpa
Fotos: Jucimara Santos (acervo Inpa) e Fernanda Rei – Ascom Inpa




