Morte do Papa Francisco repercute na Amazônia

As repercussões da morte do papa Francisco provocaram manifestações dos líderes e dirigentes da Igreja na Amazônia, como o Cardeal Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que realizou uma coletiva de imprensa, na cúria, na manhã da segunda-feira, 21/4, na sede da Igreja católica no centro de Manaus.

A preocupação do papa com a Amazônia sempre fez parte da sua gestão à frente da igreja, por conta da pauta ambiental e a importância estratégica da região para o planeta e o clima global, além do cuidado com os povos originários.

Dom Leonardo Steiner, será um dos cardeais eletivos que vão escolher o próximo papa ou ser eleito como o sucessor de Francisco, mesmo não considerando essa possibilidade. Ele disse que a notícia pegou a todos de surpresa, apesar de estarem acompanhando o quadro de saúde abalada nos últimos tempos. “A expressão nossa primeira é a de gratidão porque o papa Francisco nos devolveu na Igreja fundamentos necessários; uma das primeiras convocações que ele nos fez foi a misericórdia recordando que o mistério do amor está envolvido com a misericórdia, que não é só o perdão, e sim, o acolhimento dos pobres daquele texto de Mateus, que diz sobre os necessitados, os nus, os sem-casa, os doentes, os presos, os com fome, os com sede; essa misericórdia que nós como Igreja deveríamos ter mais presença”, e afirmou, que nenhum papa antes os alertou e convidou tanto a cuidar da casa comum, da natureza; o documento foi reconhecido pelos cientistas como um texto extraordinário em favor da defesa do meio ambiente, a Laudato Si, que marcou a Cop de Paris, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2015 (COP21).

As encíclicas são destinadas a orientar os fiéis e os membros da Igreja sobre temas de importância doutrinária, moral ou social. As encíclicas são cartas que o papa dirige aos fiéis e ao corpo da igreja orientando sobre questões importantes para a humanidade, e com a Laudato Si’, o Papa Francisco passou uma forte mensagem de cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como, sobre questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra.
Dom Leonardo lembrou de seus encontros com Francisco quando este perguntava: “Como vai a Amazônia? Como está nossa Amazônia?”, sempre preocupado com suas gentes, os povos originários, orientando a, “sermos uma igreja presente, evangelizadora e solidária ao mesmo tempo”, finalizou.

O bispo da diocese de Guajará-Mirim, Rondônia, Dom Benedito Araújo, se manifestou por meio de nota oficial dirigida aos membros da Igreja e à população, do Vale do Guaporé. “Queridos Padres, Diáconos, religiosos(as) e povo de Deus da Diocese de Guajará- Mirim. O papa Francisco nos deixou nesta manhã às 7h30! A Páscoa do nosso pai e peregrino da esperança. É uma dor calcada na consolação de um legado que nos fez Igreja em saída, respondendo as necessidades do seu tempo. Celebremos com intensidade este momento. Que o espirito Francisco continue nos animando na missão”.

Dom Benedito, esteve em audiência com o papa Francisco, no ano de 2022, quando o presenteou com um quadro, feito em tela e pintado a óleo, pela artista visual, Edina Costa, que fez uma composição de Francisco e a catedral de Nossa Senhora do Seringueiro, a padroeira da cidade que faz fronteira com a Bolívia, um símbolo de uma época durante o período áureo da borracha. A artista declarou ao portal G1 Rondonia que: “Estava nas mãos do papa uma pintura feita por mim. Chorei de emoção, me ajoelhei e agradeci a Deus por ter me proporcionado um momento tão abençoado. Que nem nos meus melhores sonhos eu havia sonhado”, lembrou ela.

Fotos: Divulgação/Diocese de Guajará-Mirim

Texto: Cristóvão Nonato

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