Uma cerimônia com os personagens da história do Bosque da Ciência aconteceu, 1/4, para celebrar e homenagear os fundadores, apoiadores e personagens que construíram e mantém o mais antigo parque verde urbano de Manaus, o bosque do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que completou 30 anos de funcionamento.
O Bosque é um marco em Manaus como espaço de visitação pública, de lazer, educação e de popularização da ciência, tendo recebido mais de 2 milhões de visitas nas últimas três décadas, somente em 2024 foram quase 120 mil.
O diretor do Inpa, Henrique dos Santos Pereira, fez um histórico de evolução do bosque que começou como um jardim botânico, mas antes teve de ser defendido de invasões e ameaças de devastação. “Este area que foi doada pela Marinha estava sob pressão com extração irregular de madeira, pela demanda social de construção de moradias”, relembrou. Ele ressaltou que a área tinha sido desmatada, e hoje, a floresta que existe foi regenerada, com excessão de algumas mais antigas como a histórica “tanimbuca” que tem mais de 600 anos. Para ser transformado em um espaço de visitação pública e educação ambiental. “A virada de chave veio com a posse do Dr.José Seixas Lourenço, na direção do Inpa que abraçou e adotou a ideia, e viabilizou com recursos junto ao PPG7, e banco Mundial, o projeto liderado pelo pesquisador Juan Revilla”, relatou o diretor, citando que várias estratégias foram implementadas com a construção de muros, parcerias com a prefeitura de Manaus, doação de materiais por empresas e a mobilização da comunidade. “O Bosque não apenas se consolidou como espaço de educação ambiental e de lazer, mas também como centro de popularização e difusão da ciência”.
Foram entregues certificados a um grupo de ex-Pequenos Guias, que se formaram e chegaram ao mestrado na área ambiental. O projeto Pequenos Guias, foi iniciado em 1994 coordenado pela pesquisadora Maria Inês Gaspareto, que visava formar os adolescentes de bairros vizinhos para atuarem como guias do bosque compartilhando seus conhecimentos com os visitantes, e muitos desses jovens encontraram o aprendizado e caminho para o futuro tornando-se referências nas comunidades e seguindo carreira na área ambiental. “Eles são nossos homenagenados como participantes do programa com suas contribuições e pelo testemunho que apresentam em prol da educação ambiental e cidadania”, agradeceu, Henrique Pereira.
O diretor fez um agradecimento a todos os servidores, pesquisadores, parceiros e a comunidade que contribuiram para essa história de sucesso. “Em especial ao chefe do serviço de apoio à visitação, Jorge Lobato, que também estava no início dessa história, há 30 anos, e coma a equipe do bosque, e ao nosso coordenador de Extensão, pesquisador Dr. George Henrique Rebelo (Dr.Jacaré), a coordenadora de Gestão Estratégica, Magalli Henriques”.
Fizeram também o uso da palavra na cerimônia, o ex-presidente do Inpa, José Seixas Lourenço que em 1995, data de criação do bosque, o secretário Executivo do Mcti, Sérgio Cruz, e gravou mensagem em vídeo, a ministra do MCTI, Luciana Barbosa.
Foram homenageados e receberam certificado pela data, os pesquisadores, autoridades e ex-pequenos guias, com placas pelas contribuições ao Bosque da Ciência:
Dr. Juan David Revilla Cardenas,
Jorge Luiz Ramos Lobato,
Dr.José Seixas Lourenço,
Luiz Fernando Fagury Videira (Museu Goeldi)
Maria Inês Gasparetto Higuchi,
Maria Solange Moreira de Farias,
Ney Roberto Fernandes dos Santos (Ney Amazonas),
Manuel Valdir da Costa e Luiz de Souza Coelho.
Mensão honrosa aos ex-pequenos guias: Ramom S. B. de Castro (94/95), Aline Tais Duarte Pantoja (2000),
Izabel Merici R. da Rocha (94/95), Sheila Soares Ramos (94/95),
Tarcísio Silva Santarem (94/95), Anderson Ferreira Madureira (1996), Jeferson Ferreira Teixeira (2009),
Mikaella Mourão de Lima (2009), Rubem Pereira Morais (1996),
Elder Souza dos Santos (1995), Walter Antônio de Sousa Junior (1995), Leonardo M. de Queiroz (2009), Rosany Diniz (1994/1995), Thaís Queiroz Dutra (2009),
Wagner D. de Sousa(1996),
Danielle Ramos de Oliveira (1996),
Cleiciane dos S. Pinheiro (1994/95),
Ruth Moreira de castro (1996), Maria Raimunda Moreira de Castro (1996),
Jeane Lopes Gomes (1996/97),
Keitiane Lopes Nogueira (1996),
Gabriel Lacerda de Oliveira (2009),
Cley Medeiros e
Antonio Henrique Simão.
Mensão honrosa pelos relevantes contribuições na exitosa trajetória de 30 anos do Bosque:
Max Oka – Diretor-presidente da Brother’s,
Dr. Moacir Pereira Batista – Juiz Titular da Vara Especializada do Meio Ambiente (Vema),
Getúlio da Mota Nogueira – (jardineiro),
Jeová Santana Pena – tratador de peixes-bois e trabalha no Inpa desde 1992, e
José Isac dos Santos Souza.
Programação
Para celebrar a data, o Inpa preparou uma série de comemorações, em solenidades dentro e fora do Instituto, homenagens e exposições.
No dia 1º de abril (terça), às 9h, será realizada uma solenidade fechada no Auditório da Ciência para a comunidade do Inpa e convidados. Durante o evento, serão homenageadas pessoas que contribuíram com a criação e desenvolvimento do espaço, além de ex-participantes do projeto “Pequenos Guias”. Coordenado pelo Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (Lapsea), o projeto atuou de 1993 a 2010 na educação ambiental com adolescentes que moravam no entorno do parque e ajudou a formar cidadãos conscientes da importância do meio ambiente para a vida, hoje profissionais que atuam em diversas áreas, entre elas educação e ciência.
Para os visitantes, foi montada uma programação especial de quarta a domingo (02 a 06 de abril) com mais de 50 atividades sobre a biodiversidade, conservação, sustentabilidade e poluição das águas amazônicas. São exposições, oficinas, visitas monitoradas, jogos, brincadeiras, planetário, e para os mais aventureiros terá até uma experiência imersiva de Um dia técnico no campo. Ver programação no anexo.
A entrada é gratuita no Bosque, bastando agendar pelo site https://www.gov.br/inpa/pt-br/sites/bosque-da-ciencia/visitacao-agendamento. O parque funciona de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e aos sábados e domingos das 9h às 17h. A portaria fecha meia hora antes de cada turno. Às segundas o parque fica fechado para manutenção.
Os visitantes podem ver e ter contato com várias espécies de animais, plantas e com resultados de pesquisas do Inpa. Entre os atrativos estão tanques dos peixes-bois da Amazônia, recinto das ariranhas, jacarés, Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa), macacos, preguiças, peixes, várias espécies da vegetação, como a tanimbuca (árvore de 600 anos) e sumaúma (a gigante da Amazônia), além de trilhas pavimentadas, agroflorestais e suspensa na altura da copa das árvores. Também há espaços destinados a exposições: a Casa da Ciência e o Paiol da Cultura “Aedes e Anopheles: Que mosquitos são esses?”
Texto e fotos: Cristóvão Nonato
Com informações da Assessoria do Inpa.
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