Cepcolu da FCecon realiza primeiras cirurgias de conização para retirada de lesões pré-malignas no colo do útero

O primeiro Centro Avançado de Prevenção ao Câncer do Colo do Útero do Amazonas (Cepcolu), anexo à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Saúde (SES-AM), deu início, nesta terça-feira (11/03), à realização das primeiras cirurgias de conização, que remove lesões pré-malignas antes que evoluam para o câncer. A estrutura foi inaugurada, na segunda-feira (10/03), pelo governador Wilson Lima, para fortalecer a rede de assistência em saúde feminina do estado.

O diretor da FCecon, Gerson Mourão, tem 32 anos de casa dos 35 no combate ao câncer, comenta que as pacientes do Amazonas serão encaminhadas para Fcecon. “Pois antes faziam preventivo e biópsia mas ficavam a deriva para realizar a cirurgia de conizacao pois FCecom não suportava a demanda e só realizava 500 por ano, e agora,
vamos oferecer 3 mil anualmente.” E afirma: “Agora, o câncer do colo uterino está encurtado com esta medida e vamos exaurir rapidamente”.

De acordo com a médica ginecologista, Zeliene Shoji, a conização é fundamental para o tratamento de lesões causadas pelo vírus HPV, principal responsável pelo câncer do colo do útero. Com a identificação precoce e a remoção dessas áreas alteradas, as chances de progressão da doença diminuem consideravelmente.

“As pacientes submetidas a esse procedimento possuem lesões que ainda não evoluíram para o câncer. Tratá-las precocemente significa bloquear o avanço para a doença maligna. Atualmente, o câncer de colo do útero pode ser prevenido por três estratégias principais: vacinação contra o HPV, rastreamento por exames preventivos e a realização de cirurgias para tratar lesões pré-cancerígenas”, explicou.

Acompanhamento especializado

Além da realização das cirurgias, o Cepcolu também será responsável pelo acompanhamento das mulheres submetidas ao procedimento. Todas as pacientes passarão por avaliações periódicas a cada seis meses, durante um período total de dois anos, seguindo os protocolos das sociedades médicas especializadas e as diretrizes do Ministério da Saúde.

A paciente Samira da Silva, de 34 anos, que passou pela cirurgia de conização, destacou a importância do procedimento para sua recuperação e alertou outras mulheres sobre a necessidade do cuidado com a saúde.

“Após a cirurgia, fui orientada a manter o acompanhamento por dois anos. Minha cirurgia foi um sucesso, e incentivo todas as mulheres que precisam do procedimento a não terem medo. Saúde é vida, e o mais importante é ter vontade de viver. Minha recuperação foi excelente, e a doutora até comentou que nem parece que passei pela cirurgia”, relatou.

A cirurgia de conização do colo do útero é um procedimento ginecológico realizado para remover uma parte em formato de cone do colo uterino que contém lesões pré-malignas ou suspeitas de evolução para câncer. O objetivo é evitar que essas células doentes se tornem um tumor invasivo.

A paciente Fabiana Viana, de 43 anos, que também passou pelo procedimento, destacou como a estrutura traz mais conforto e segurança para as pacientes.

“Quando descobrimos uma lesão, independentemente do estágio, sentimos medo e incerteza sobre o futuro. Aqui, o atendimento é humanizado, e isso nos dá mais tranquilidade para enfrentar o tratamento. A modernização deste espaço representa mais atenção e cuidado para todas as mulheres que passam por isso”, disse.

Avanço para o Amazonas

O câncer de colo do útero é um dos mais incidentes no Amazonas e a ampliação do acesso à conização representa um avanço para a saúde feminina no Estado. A iniciativa coloca o Cepcolu na vanguarda da medicina ginecológica na região Norte.

Cepcolu

Funcionando como um hospital-dia, a unidade atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. A estrutura conta com quatro consultórios ginecológicos, quatro salas cirúrgicas e um anfiteatro para cursos e treinamentos. A capacidade plena do centro é de 3 mil conizações por ano, um avanço expressivo em relação às 500 realizadas anualmente na FCecon.

Para atendimento no hospital Cepcolu, a paciente deve passar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde realiza exames preventivos, como o Papanicolau. Se forem detectadas lesões suspeitas, a paciente é encaminhada para uma policlínica, onde exames mais detalhados, como colposcopia e biópsia, confirmam o diagnóstico.

Caso a lesão seja de alto grau (NIC 2 ou NIC 3), a paciente é inserida no Sistema de Regulação (Sisreg) e direcionada ao Cepcolu para avaliação e, se necessário, cirurgia de conização.

Previsão

Em 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou que a terceira maior causa de mortes prematuras femininas no país, foi o câncer do colo do útero feminino, um desafio nacional e, no estado do Amazonas, que deve ter mais 1.800 novos casos até 2026, exigindo o fortalecimento da política de vacinação contra a doença e dos diagnósticos precoces.

A experiência do Cepcolo do Amazonas pode ser uma ação estratégica do poder público para enfrentar os números trágicos no país e no estado. Os dados do Inca que projeta para todo país, no mesmo período, 51 mil ocorrências; números que podem ser reduzidos com a adoção de mecanismos de controle, como vacinação e rastreio, mas que esbarram nas desigualdades sociais e regionais no país.

A Pesquisa Nacional de Saúde revelou em 2023 que a taxa de rastreamento da doença, causada por alguns tipos Papilomavírus Humano (HPV), é menor em mulheres de baixa escolaridade, pardas e negras. A constatação espelha a desigualdade a que estão sujeitas as mulheres na América Latina e no Caribe, que acumulam 80% das ocorrências nas Américas.

Fotos: Antonio Lima / Secom

Com informacoes da Assessoria de Comunicação da FCECON.

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