Um domingo no Bosque da Ciência do INPA

Turmas de alunos de várias escolas, famílias locais, de outros estados e países, se encontram no domingo, 15/12, no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), mostrando o sucesso popular de um espaço de ciências criado há 29 anos para decifrar os segredos da maior floresta equatorial do planeta.

Nos mais de treze hectares do bosque, onde estão instalados a diretoria, as sedes administrativas e laboratórios de vários setores e projetos, localizado na confluência dos bairros de Petrópolis, Aleixo e Coroado, a diversidade biológica da Amazônia, é uma experiência diária para os servidores, estudantes e visitantes, com uma variedade botânica, animais mamíferos, voadores, vertebrados, invertebrados e os inúmeros seres invisíveis que estão em todos os espaços ali na terra, árvores, água e ar. A ciência com seus atores principais, os pesquisadores e seus auxiliares, nos mostram e explicam quase tudo que os olhos leigos vêem num passeio dominical pelo rico bosque urbano, onde um inventário mostra através de placas e etiquetas nas árvores e ao longo das trilhas os nomes científicos e populares das espécies ali existentes.

O alcance desse passeio pedagógico é gigante, só ao longo do ano de 2023, o número de visitantes superou a marca de 122 mil pessoas de amazônidas e de todo o planeta. Na entrada do bosque uma turma de 30 alunos de varias escolas e igrejas do município de Rio Preto da Eva, a 50 km de Manaus, acompanhados de professores da igreja Adventista, liderados por André Pedrosa, 38, vieram em missão para buscar uma conexão com o criador do universo. “Ver a grandiosa e diversa criação de Deus, e mostrar aos nossos meninos e meninas, seu grande amor, e toda essa criação para nós apreciarmos, e principalmente, cuidarmos”, disse vibrante o mestre. A turma relatou as grandes atrações do bosque como os tanques dos peixe-bois, as ariranhas, os lagos dos peixes com uma curiosidade especial pelo “poraquê” o peixe elétrico, mas o que atiçou muito a curiosidade dos estudantes e futuros cientistas foram os animais invisíveis da floresta, os vertebrados e invertebrados que estão em todos os lugares e devidamente adaptados e mimetizados na grande floresta, que só são revelados com o olhar treinado e os equipamentos da Ciência.

A médica catarinense, Juliane dos Reis, 28, recém formada na Argentina, está em Manaus para realizar seu exame do Revalida, para poder exercer a medicina no Brasil, e veio ver com olhos de cientista e turista o fascinante e complexo universo amazônico. Em frente à Casa da Ciência, o museu do bosque, ela fotografa um pé de araçá-boi. Sobre como achou da floresta no passeio, ela diz que é tudo muito diferente, denso, complexo, cheio de seres da biodiversidade muito além do que se vê pela Internet e televisão. “Inclusive não achei tão quente quanto pensei, mas a quantidade de mosquitos é impressionante e revelamos a riqueza de vida”, diz enquanto espanta calmamente os seres alados orbitando sua cabeça.

O casal de venezuelanos, Luis Espinoza, 32, e Anilyn Yane, 28, ele trabalhador industrial e ela cabeleireira, e seus dois filhos de 3 e 4 anos, fizeram a tão esperada visita ao bosque, depois de agendarem pela Internet, e acharam o passeio muito interessante, com atenção especial aos jacarés-açus, nunca vistos tão grandes. Diante dos tanques dos peixe-bois, a família fez a tradicional foto do passeio. “Gostamos muito desse imersão na imensa floresta, e queremos conhecer agora, a torre Athos do Museu da Amazônia (Musa) e o zoológico do Cigs”, revelou o pai animado.

Atrações

O Bosque conta com muitos atrativos, compostos de diversas espécies de árvores amazônicas (sumaúma, tanimbuca, apuí, açaí), animais em recintos (peixe-boi da Amazônia, ariranha, jacaré, quelônios) e animais de vida livre, como as cutias que atravessam preguiçosamente as trilhas.

Um flagrante captado pela reportagem do Portal Cultura Norte em vídeo com uma família de macacos parauacus, mostra uma mãe descansando no galho com seu filhote sobre as costas. Com sorte, no passeio é comum o visitante se deparar com macacos, cutias, preguiças, iguanas, pássaros, sem contar as espécies da rica flora como cogumelos, trepadeiras, musgos, em especial agregados no docel das copas das árvores caídas ao longo das trilhas.

Além da imersão no ambiente amazônico, o visitante tem a oportunidade de conhecer unidades demonstrativas de tecnologias e inovações desenvolvidas pelo Inpa (casa ecológica, casa de rolo resto, purificador de água Ecolágua) e a exposição permanente Tramas da Ciência, na Casa da Ciência.

Balanço

O diretor do Inpa, Henrique Pereira, durante a reunião anual de confraternização com os quase 500 servidores, fez um balanço do ano de 2024, destacando realização dos seminários técnicos do G20; o sucesso das equipes de pesquisadores que captaram mais de R$ 100 milhões e todo o valor foi executado; e o ano de realização da primeira assembleia geral do Inpa.

 

Repórter/fotos e vídeo: Cristóvão Nonato

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